segunda-feira, 24 de março de 2014

Um triste drama real




Boa tarde a todos,

   Gostava de partilhar com os meus leitores este video com que me deparei hoje. É uma curta metragem, da Produtora NEXUS FILMS, muito interessante e irónica sobre o estado do nosso país e as pessoas que são mais prejudicadas por estas medidas todas. Não nos esqueçamos que todo este sofrimento é para que Passos Coelho possa por no seu CV - "SALVADOR DA PÁTRIA", e para a nossa Senhoria, a senhora Merkel, o possa levar a Disneylândia.

   Vejam a curta, é cativante e muito expressiva.



sexta-feira, 21 de março de 2014

Direitos Ignorados

 

Boa tarde,

   Todos os dias vemos mais noticias de cortes, falta de dinheiro e austeridade; e o argumento que muitos dos afetados proclamam é o “isto vai contra os nossos direitos!”. Será que estas pessoas têm de fato razão? Alguma vez leram a Declaração Universal dos Direitos Humanos? Tive curiosidade e resolvi ler os 30 artigos apresentados no Diário da República , sobre os direitos de todos os seres Humanos.

  Num momento de crise profunda, o governo tende a esquecer-se que nós cidadãos que pertencemos á Res publica (coisa do povo) temos direitos, tal como obrigações, que não deveriam ser desrespeitados nem ignorados. Como sabem, por vezes o cifrão e a gravata causa algum esquecimento, e frases como o “bem para nação” ou “todos temos de fazer sacrifícios” são muito disparado, mas arma mal calibrada acerta sempre num alvo indesejado. Vou então enumerar alguns dos direitos que considerei mal conhecidos e/ou mal compreendidos

  1. ARTIGO 12.º - Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida privada, na sua família, no seu domicílio ou na sua correspondência, nem ataques à sua honra e reputação. Contra tais intromissões ou ataques toda a pessoa tem direito a proteção da lei.
  2. ARTIGO 19.º - Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão.
  3. ARTIGO 22.º - Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social; e pode legitimamente exigir a satisfação dos direitos económicos, sociais e culturais indispensáveis, graças ao esforço nacional e à cooperação internacional, de harmonia com a organização e os recursos de cada país.
    • Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego.
    • Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual.
    • Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória, que lhe permita e à sua família uma existência conforme com a dignidade humana, e completada, se possível, por todos os outros meios de proteção social.
    • Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e de se filiar em sindicatos para a defesa dos seus interesses.
  4. ARTIGO 24.º - Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres e, especialmente, a uma limitação razoável da duração do trabalho e a férias periódicas pagas.
    • Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade.
    • A maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimónio, gozam da mesma proteção social.
    • Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional deve ser generalizado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade, em função do seu mérito.
    • A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das atividades das Nações Unidas para a manutenção da paz.
    • Aos pais pertence a prioridade do direito de escolher o género de educação a dar aos filhos.
    • Toda a pessoa tem o direito de tomar parte livremente na vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar no progresso científico e nos benefícios que deste resultam.
    • Todos têm direito à proteção dos interesses morais e materiais ligados a qualquer produção científica, literária ou artística da sua autoria.

   Os artigos 12 e 19 são censo comum de todos nós e atos de bullying, pressões de qualquer tipo e ameaças a nossa integridade física e mental, entram em colisão com estas duas leis.

   O artigo 23 é muito interessante, pois:

  • Como já repararam em Portugal nem todos os trabalhos são igualmente apoiados pelo governo, atrevo-me mesmo a dizer que são menosprezados. Creio que este fato impede-nos de realmente escolher a profissão que mais gostamos.
  • Proteção ao desemprego é algo que falha extraordinariamente em Portugal, pois vemos famílias a entrarem na miséria por falta de apoios, leis que facilitam o despedimento, incapacidade de ajudar recém licenciados que gastam fortunas na sua educação enquanto uns gastam fortunas no tráfico de droga e na corrupção; e gente de mais “velha” a ser posta de lado ou a obriga-las a trabalhar em empregos poucos próprios para a sua formação e experiência.
  • Aposto que muitos conhecem casos de estágios ou part-times em que o salário varia de local para local ou de empresa para empresa. São casos ridículos e muitos deles caiem para casos de “escravatura”.
  • Num país onde  o salário mínimo nacional é de 485,00€, acho que não preciso pensar muito para perceber o porquê de haver cumprimento nesta alínea. Em Portugal, os preços das casas/andares tomam valores ridículos e é muito raro o preço ser abaixo do 400,00 €. E uma coisa que o governo se esquece é que existe as contas da água (se quiserem ter água potável e tomar banho, claro), eletricidade, telefone+televisão+internet (se quiserem estar ligados e atualizados), alimentação (não estou a falar só de carne, peixe, leite e pão, todos os alimentos essenciais para uma boa alimentação, o tempo das batatas e sardinha para três já terminou) e saúde (TODOS OS TIPOS DE SAÚDE, e não só ir a centros de saúde para consultas de 5 minutos) para pagar. Isto tudo sai caro, mas faz parte dos nosso direito.

   Achei muito curioso o artigo 24, pois a uns meses foi aprovado pelo tribunal Constitucional (aquela coisa que defende os nossos direitos através da fiscalização das leis e dos decretos-leis) uma lei que obriga os funcionários públicos a trabalharem 8 horas por dia/ 40h por semana, o que claramente vai contra este artigo. Para além de afetar a qualidade de trabalho do funcionário, afeta também o seu bem-estar físico e psicológico, já para não falar na educação dos seus filhos e na estabilidade familiar.  Com o miserável ordenado e a elevada carga horária dos trabalhadores custa-me a perceber como conseguiram estes ter momentos de lazer e descanso.

   O artigo 25 fala de algo que considero importante para uma sociedade feliz e estável. Ouvimos muitas noticias de famílias que passam fome, pessoas com excesso de peso, sem abrigos e pessoas muito doentes com falta de assistência médica, e percebemos que este direito não é cumprido. Momentos difíceis obrigam pessoas a tomar decisões difíceis e a por a parte outros bens ou atitudes que são de extrema importância para um individuo saudável e na plenitude das suas capacidades. A falta de apoio de apoio do governo na saúde tem causado várias deficiências funcionais em muitos hospitais e tem levado a inúmeros pacientes a interromperem tratamentos importantes para o seu bem estar. Aqui também podemos inserir os ataques aos pensionistas, que cada vez que tem de haver cortes, ficam na linha da frente.
 
   Propinas altíssimas, despedimento abrupto de professores, falta de apoio do estado a famílias mais carências, cortes e diminuição do número de bolsas, e menosprezo por determinadas áreas por parte do governo e de outros centro de poder, podem ser considerados afrontes ao artigo 26. Mais uma vez não é tido em conta as famílias menos afortunadas, que querem o melhor para os filhos mas que infelizmente não têm como dar.
 
   Cultura, arte, literacia e ciência são os que mais sofre num pais com pouco dinheiro, segundo o artigo 27 temos o direito de usufruir destes componentes essenciais para a formação de individuo culto e inteligente. Com os constantes constrangimentos a que somos submetidos como podemos usufruir destas heranças da nossa história. 
 
 
   É importante termos a noção dos nossos direitos e sabermos defendê-los, perante todos aqueles que os queiram ameaçar, pois só assim podemos formar uma nação estável, livre e igual.
 
 
  

quarta-feira, 19 de março de 2014

O Filme da Prescrição

 

Boa Tarde a todos,

   Eu acho que a Justiça Portuguesa dava um bom filme, tem histórias inacreditáveis, enredos complexos e finais inesperáveis. Sinceramente tenho pena do Shakespeare, com um país tão interessante como o nosso, cheio de tramoias, tinha de nascer em Inglaterra. Qual “Romeu e Julieta”, “Hamlet” ou “Macbeth”, uma boa tragédia/drama é o caso da Prescrição de todas as condenações do Banco de Portugal a Jardim Gonçalves.

  Como já perceberam vou falar um pouco do caso que tem corrido as bocas nos últimos dias. Estranhamente, o caso não parece surpreender ninguém (pelo menos a mim), pois todos nós já conhecemos a justiça portuguesa e as “amizades” de poder que circulam por aquelas paredes. Estarei a ser polémico? Deixo a vosso critério, mas deixo esta ideia, quantos casos que vocês conhecem de prescrição que não envolvem entidades de poder?

  Em 2007, o “senhor” Jardim Gonçalves, ex-presidente do BCP, e a sua equipa (Filipe Pinhal, Christopher de Beck e António Rodrigues) foram acusados de manipulação de mercado e falsificação de documentos, mas devido a sucessivos atrasos e recursos jurídicos, o caso prescreveu a Março de 2013. Portanto este individuo que causou prejuízos na ordem dos milhões vai sair em liberdade e gozar de todo o dinheiro que auferiu. Juntem um amor perdido no tempo e um pôr do sol bonito, e temos aqui uma história digna de um Óscar.

   E os prejudicados? Isso é uma boa pergunta, a resposta é simples, pagam os impostos e levam uma bolachinha. Quando a justiça é bicéfala torna-se difícil haver igualdades nos julgamentos, quem tem dinheiro para um excelente advogado consegue estas artimanhas todas.

 

Deixo-vos com uma citação:

"Só se atinge mortalmente a corrupção se não se lhe der de comer."

Paula Teixeira da Cruz, Correio da Manhã, 2008/01/31

Dia do Pai

Hoje é um dia especial a todos os pais e futuros papás do mundo, é o dia em que todos os pais são lembrados e homenageados pelos seus filhos como modelos a seguir, os seus melhores amigos, um dos seus pilares fundamentais, e também de heróis.

A Moustache hoje está um bocado lamechas, é normal pois também é uma filha babada como todos vocês, e não gosta de deixar de passar em branco este dia que é tão importante. Muitos pensam que é apenas um pretexto para as grandes superfícies comerciais venderem mais uns perfumes, livros, roupa etc etc. Sejamos francos, até pode ser espremido até ao tutano pelo marketing, mas se as lojas não aproveitassem estes dias festivos o mais certo era mais gente ir para a fila do centro de emprego. 

Devemos dar valor sim senhor aos nossos pais todos os dias, mas é como o nosso aniversário, somos mais especiais naquele dia especifico e nestes dias é precisamente a mesma coisa. Honrem e valorizem os vossos pais, um dia serão vocês a serem honrados pelos vossos filhos. 
 

sexta-feira, 14 de março de 2014

Pensamento Breve




   Num tempo, onde reina o pop, a música comercial e o techno; acho que é importante relembrarmos o clássico, o belo e a paixão. E nada mais belo que a poesia de Wolfgang Amadeus Mozart. Poesia da mente, do som e da alma...


terça-feira, 11 de março de 2014

As Leis Fundamentais da Estupidez



Boa tarde a todos,

Hoje vou falar de algo que muitos de vocês, de certeza, nunca tinham pensado antes sobre aquele ser, a quem muitos de vocês costumam chamar estúpido (não confundir com o ato de bullying de chamar estúpido). Vou apresentar-vos então as leis fundamentais para a compreensão da estupidez Humana.


Primeiro, quero salientar que este post será baseado no trabalho do italiano Carlo Maria Cipolla (1944-200), “As Leis Fundamentais da Estupidez Humana” do livro “Allegro ma non troppo”. E segundo, agradeço ao Zeiden o livro que me ofereceu.

         

Para uma fácil compreensão vou dividir o texto segundo as leis propostas por Cipolla e explicar cada uma.


Primeira Lei Fundamental – “Cada um de nós subestima, sempre e inevitavelmente, o número de indivíduos estúpidos em circulação”

Segundo esta lei, não é possível atribuir um valor numérico á quantidade de indivíduos estúpidos que nos rodeia, pois:

1. Pessoas, outra ora inteligentes e racionais do nada podem virar completos estúpidos;

2. Todos os dias, no nosso quotidiano, podem surgir novos indivíduos estúpidos;

Esta lei é simples na sua premissa, mas ajuda-nos a estarmos sempre atentos ao que nos rodeia.


Segunda Lei Fundamental – “ A probabilidade de uma certa pessoa ser estúpida é independente de qualquer outra característica dessa mesma pessoa”

Apesar de não concordar com algumas coisas ditas pelo autor, neste capítulo, vou apenas salientar os pontos que concordei, pois eu não concordo que a estupidez seja algo genético herdado, mas antes uma acumulação de fatores exteriores ao individuo.

Resumidamente, este capitulo diz que não importa o cargo, a educação, o género, a idade ou grau de riqueza de um individuo, este terá a mesma probabilidade de ser estupido que qualquer um dos indivíduos da população, onde este se insere. O autor também conclui que independentemente do tamanho e da constituição de um determinado grupo, a fração de estúpidos é sempre a mesma.


Terceira Lei Fundamental – “Uma pessoa estúpida é aquela que um dano a outra pessoa ou grupo de pessoas, sem que disso resulte alguma vantagem para si, ou podendo até vir a sofrer um prejuízo”

Temos aqui a regra de ouro, Cipolla descreve, num gráfico, as quatro categorias fundamentais onde podemos inserir o ser humano: Crédulos/Fúteis, Inteligentes, Bandidos/Vigaristas e Estúpidos.


Crédulos – a perda do individuo causa o ganho do outro individuo;

Inteligente – o ganho do individuo causa o ganho do outro individuo;

Bandidos – o ganho do individuo causa a perda do outro individuo;

Estúpidos – a ação de um individuo causa a perda de outro individuo, sem que este obtenha qualquer ganho na sua realização, podendo mesmo ser prejudicado;

O autor, neste capitulo, critica muito a inconveniência e incoerência das ações dos indivíduos estúpidos.

Importante também salientar que a posição de cada categoria no gráfico não é fixa, pois cada categoria pode se dividir em subcategorias. Aconselho a lerem o livro para obterem informação mais pormenorizada.

Aproveito este capítulo para deixar uma mensagem: se um individuo estúpido prejudica-nos no nosso quotidiano, um estúpido com poder político, económico ou burocrático tem um potencial nocivo muito perigoso sobre nós e a sociedade.


Quarta Lei Fundamental – “ As pessoas não estúpidas desvalorizam sempre o potencial nocivo das pessoas estúpidas…”

Acho que a descrição da lei diz tudo, muitas vezes pensamos que uma pessoa estúpida só se está a prejudicar a si própria e ignoramos o que a sua ação pode nos causar. O menosprezo por esta lei causou, ao longo dos séculos, grandes prejuízos á Humanidade.


Quinta Lei Fundamental – “ A pessoa estúpida é o tipo de pessoa mais perigosa que existe”

Pode parecer exagerado a premissa, mas com exemplos é muito fácil de perceber que não tão exagerado quanto isso. Basta imaginarem o que acontece quando somos assaltados, há uma transferência de dinheiro de nós para os bandidos, mas se dermos o nosso dinheiro a um estúpido e ele perder o dinheiro na rua ou nas apostas, causou-nos grandes prejuízos e ele manteve-se igual. Transferindo esta ideia para uma componente politico-financeira, se um ministro investir incorretamente o dinheiro do país num projeto completamente estúpido e sem nexo, causará grandes perdas de dinheiro e um enorme prejuízo a todos os cidadãos (podem começar com as piadas dos submarinos).


Considerações finais (termo aconselhado por um grande professor):

Apreciei muito a leitura deste livro e fez me pensar em muitas coisas que no inicio não tinha dado grande importância. É preciso ter atenção á estupidez alheia, principalmente aquela que tem poderes políticos, pois se Portugal está como está, deve-se a muita gente estúpida. Usem a cabeça e não se deixem enganar.

domingo, 2 de março de 2014

Frase da Semana



  my family and i

"The test of the morality of a society is what it does for its children."
                                                                                                  Dietrich Bonhoeffer (1906-1945)