terça-feira, 11 de março de 2014

As Leis Fundamentais da Estupidez



Boa tarde a todos,

Hoje vou falar de algo que muitos de vocês, de certeza, nunca tinham pensado antes sobre aquele ser, a quem muitos de vocês costumam chamar estúpido (não confundir com o ato de bullying de chamar estúpido). Vou apresentar-vos então as leis fundamentais para a compreensão da estupidez Humana.


Primeiro, quero salientar que este post será baseado no trabalho do italiano Carlo Maria Cipolla (1944-200), “As Leis Fundamentais da Estupidez Humana” do livro “Allegro ma non troppo”. E segundo, agradeço ao Zeiden o livro que me ofereceu.

         

Para uma fácil compreensão vou dividir o texto segundo as leis propostas por Cipolla e explicar cada uma.


Primeira Lei Fundamental – “Cada um de nós subestima, sempre e inevitavelmente, o número de indivíduos estúpidos em circulação”

Segundo esta lei, não é possível atribuir um valor numérico á quantidade de indivíduos estúpidos que nos rodeia, pois:

1. Pessoas, outra ora inteligentes e racionais do nada podem virar completos estúpidos;

2. Todos os dias, no nosso quotidiano, podem surgir novos indivíduos estúpidos;

Esta lei é simples na sua premissa, mas ajuda-nos a estarmos sempre atentos ao que nos rodeia.


Segunda Lei Fundamental – “ A probabilidade de uma certa pessoa ser estúpida é independente de qualquer outra característica dessa mesma pessoa”

Apesar de não concordar com algumas coisas ditas pelo autor, neste capítulo, vou apenas salientar os pontos que concordei, pois eu não concordo que a estupidez seja algo genético herdado, mas antes uma acumulação de fatores exteriores ao individuo.

Resumidamente, este capitulo diz que não importa o cargo, a educação, o género, a idade ou grau de riqueza de um individuo, este terá a mesma probabilidade de ser estupido que qualquer um dos indivíduos da população, onde este se insere. O autor também conclui que independentemente do tamanho e da constituição de um determinado grupo, a fração de estúpidos é sempre a mesma.


Terceira Lei Fundamental – “Uma pessoa estúpida é aquela que um dano a outra pessoa ou grupo de pessoas, sem que disso resulte alguma vantagem para si, ou podendo até vir a sofrer um prejuízo”

Temos aqui a regra de ouro, Cipolla descreve, num gráfico, as quatro categorias fundamentais onde podemos inserir o ser humano: Crédulos/Fúteis, Inteligentes, Bandidos/Vigaristas e Estúpidos.


Crédulos – a perda do individuo causa o ganho do outro individuo;

Inteligente – o ganho do individuo causa o ganho do outro individuo;

Bandidos – o ganho do individuo causa a perda do outro individuo;

Estúpidos – a ação de um individuo causa a perda de outro individuo, sem que este obtenha qualquer ganho na sua realização, podendo mesmo ser prejudicado;

O autor, neste capitulo, critica muito a inconveniência e incoerência das ações dos indivíduos estúpidos.

Importante também salientar que a posição de cada categoria no gráfico não é fixa, pois cada categoria pode se dividir em subcategorias. Aconselho a lerem o livro para obterem informação mais pormenorizada.

Aproveito este capítulo para deixar uma mensagem: se um individuo estúpido prejudica-nos no nosso quotidiano, um estúpido com poder político, económico ou burocrático tem um potencial nocivo muito perigoso sobre nós e a sociedade.


Quarta Lei Fundamental – “ As pessoas não estúpidas desvalorizam sempre o potencial nocivo das pessoas estúpidas…”

Acho que a descrição da lei diz tudo, muitas vezes pensamos que uma pessoa estúpida só se está a prejudicar a si própria e ignoramos o que a sua ação pode nos causar. O menosprezo por esta lei causou, ao longo dos séculos, grandes prejuízos á Humanidade.


Quinta Lei Fundamental – “ A pessoa estúpida é o tipo de pessoa mais perigosa que existe”

Pode parecer exagerado a premissa, mas com exemplos é muito fácil de perceber que não tão exagerado quanto isso. Basta imaginarem o que acontece quando somos assaltados, há uma transferência de dinheiro de nós para os bandidos, mas se dermos o nosso dinheiro a um estúpido e ele perder o dinheiro na rua ou nas apostas, causou-nos grandes prejuízos e ele manteve-se igual. Transferindo esta ideia para uma componente politico-financeira, se um ministro investir incorretamente o dinheiro do país num projeto completamente estúpido e sem nexo, causará grandes perdas de dinheiro e um enorme prejuízo a todos os cidadãos (podem começar com as piadas dos submarinos).


Considerações finais (termo aconselhado por um grande professor):

Apreciei muito a leitura deste livro e fez me pensar em muitas coisas que no inicio não tinha dado grande importância. É preciso ter atenção á estupidez alheia, principalmente aquela que tem poderes políticos, pois se Portugal está como está, deve-se a muita gente estúpida. Usem a cabeça e não se deixem enganar.

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