Boa Tarde a todos,
Eu acho que a Justiça Portuguesa dava um bom filme, tem histórias inacreditáveis, enredos complexos e finais inesperáveis. Sinceramente tenho pena do Shakespeare, com um país tão interessante como o nosso, cheio de tramoias, tinha de nascer em Inglaterra. Qual “Romeu e Julieta”, “Hamlet” ou “Macbeth”, uma boa tragédia/drama é o caso da Prescrição de todas as condenações do Banco de Portugal a Jardim Gonçalves.
Como já perceberam vou falar um pouco do caso que tem corrido as bocas nos últimos dias. Estranhamente, o caso não parece surpreender ninguém (pelo menos a mim), pois todos nós já conhecemos a justiça portuguesa e as “amizades” de poder que circulam por aquelas paredes. Estarei a ser polémico? Deixo a vosso critério, mas deixo esta ideia, quantos casos que vocês conhecem de prescrição que não envolvem entidades de poder?
Em 2007, o “senhor” Jardim Gonçalves, ex-presidente do BCP, e a sua equipa (Filipe Pinhal, Christopher de Beck e António Rodrigues) foram acusados de manipulação de mercado e falsificação de documentos, mas devido a sucessivos atrasos e recursos jurídicos, o caso prescreveu a Março de 2013. Portanto este individuo que causou prejuízos na ordem dos milhões vai sair em liberdade e gozar de todo o dinheiro que auferiu. Juntem um amor perdido no tempo e um pôr do sol bonito, e temos aqui uma história digna de um Óscar.
E os prejudicados? Isso é uma boa pergunta, a resposta é simples, pagam os impostos e levam uma bolachinha. Quando a justiça é bicéfala torna-se difícil haver igualdades nos julgamentos, quem tem dinheiro para um excelente advogado consegue estas artimanhas todas.
Deixo-vos com uma citação:
"Só se atinge mortalmente a corrupção se não se lhe der de comer."
Paula Teixeira da Cruz, Correio da Manhã, 2008/01/31
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