segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Obrigado Portugal

    

  
   Boa noite a todos, quando oiço pessoas de barriga cheia, dois a três carros e uma casa de quatro paredes, penso o que diria o Zé Avenida “Não como nada há três dias e estou cheio de frio!”. É difícil perceber os outros, como o Zé Avenida, quando a nossa vida é a coisa mais importante do mundo e quando na nossa cabeça o paidios é todo o nosso pensamento. Idolatramo-nos como Deuses e desprezamos o mortal ignóbil. “Quase 5% dos sem-abrigo de Lisboa são licenciados”, e imagino que daqui a uns anos o meu País fará um outro estudo sobre os meros mortais e, possivelmente, eu estarei entre eles. Eu, filho de D. Afonso Henriques (não filho de Deus) com um rato assado na mão a petiscar, depois de três dias de fome, com o frio de azulejo e a olhar para os paidios que passam por mim com toda a sua excelência e magnificência. Nesse momento vou agradecer Portugal, por ajudar estes coitados a comprar os seus mercedes, por ofereceres trabalho a pobres milionários e, mais importante, agradecer a sua dedicação aos nossos senhorios. Obrigado!







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