sexta-feira, 18 de julho de 2014

B(PN)ES





Boa tarde a todos,

   Caso ainda não tenham reparado, mas o assunto dos últimos dias tem sido a crise no BES. Até acredito que não tenham reparado, este assunto até nem ocupa grande parte do tempo televisivo dos telejornais nacionais. É engraçado ver as terminologias que muitos jornalistas, economistas ou apenas tipos que percebem do assunto [todos percebemos um pouco] usam para descrever esta aparente crise do Banco Espírito Santo, que pelos vistos não é nada de especial e que não causará as mesmas «chatices» que o BPN causou. UFFA!! Bem, então porque razão estou a falar do “caso” BES? Muito simples, é de conhecimento geral que aprender com os erros do passado torna-nos mais fortes, mas por alguma razão «casos» envolvendo bancos portugueses tendem acontecer. Não deixa de ser peculiar que desde que entrámos no ano 2000, este é o terceiro caso envolvendo um banco português. Será que todos os portugueses na transição de 31 Dezembro para 1 de Janeiro, no momento de comer as 12 passas, pediram “ quero um carro novo, uma namorada, muito dinheiro, muito sucesso, passar naquele exame de matemática do professor Gil, muita crise e que todos os bancos portugueses entrem em falência!”. Hmm, talvez menos champanhe para estas pessoas seria aconselhável.

   Nestes últimos 3-4 anos estivemos [ou estamos?!] mergulhados numa profunda crise económica, que nos obrigou pedir um «pequeno» empréstimo parcelar aos nossos vizinhos, para pagar um truque de magia do banco BPN. Truque de magia?, um buraco qualquer de meia dúzia de milhões, coisa pequena, devem ter aprendido a fazer desaparecer dinheiro, o problema é que não viram como se faz reaparecer. Acontece! Como meninos crescidos como são o estado português e, vá, os representantes do BES, deveriam estar sempre atentos a estes acontecimentos e pensar “ bem, não vamos deixar que os outros bancos tenham problemas destes”. Pois, cheira-me que usar cábulas não é muito bom, nem muito menos aquele telemóvelzinho ali escondido no bolso. Se estes senhores tivessem perdido mais tempo a estudar e menos tempo a fazer cábulas ou assinar papéis para equivalências, talvez não houvesse tantos «casos».

   Não vou abordar temáticas muito técnicas, pois não tenho qualquer tipo de formação a nível de gestão, economia ou afins, quero apenas dar-vos uma perspectiva de um leigo que vê todos os dias estas histórias no telejornal e que luta para perceber a razão pela qual estes casos estão sempre acontecer e que ninguém percebeu que há alguma coisa que não está a ser bem feita. Não sei, digo eu.

   Já agora aproveito e menciono a estupidez que é a instabilidade que organizações como a Moody's causam a empresas e a Países. Sempre que há um problema ou a possível previsão de que algo possa vir a correr mal, estas organizações tentam ajudar. Como?, baixam os rankings dessas empresas ou dos países. Genial, hein? Se formos a ver a Moody´s nunca se enganou, certo? Acho que houve um problema qualquer com bancos irlandeses que tinham ranking A e que faliram, mas de certeza que não foi por culpa da Moody´s. Vá, vá todos se enganam, aposto que eles têm razão e o nosso país é mesmo «Lixo». Eu até considero que deveria haver empresas de ranking de pessoas, seria muito interessante! Imaginem que Moody´s dava o ranking de «Lixo» ao Paulo Portas [incorretamente claro], no momento das eleições a pessoas que vão votar no CDS-PP, pensam “ espera, este Portas não presta, ainda compra mais submarinos, vou mas é votar no …”. Seria engraçado, certo? Até poderia trazer algo de positivo para o país. Talvez, mas seria ofensivo para um senhor que estudou e trabalhou muito [?] durante anos.

   Em jeito de suma, se uma empresa está com problemas não vamos «atirar mais achas para a fogueira», pois existe lá pessoas inocentes e que precisam de trabalhar. Pensem menos em dinheiro e mais nas pessoas. Já agora se há bancos a falirem num país, num período inferior 10-20 anos, talvez haja algo de errado com área em questão, talvez.



sexta-feira, 4 de julho de 2014

V(%IVA) a carta de condução


Boa noite,

Hoje decidi ser uma pessoa extremamente informada e ir explorar o site do DN e as suas notícias mais recentes. Ora, estas explorações que eu tendo a fazer nunca são boas por várias razões:

1.Fico fascinada com os descobrimentos e notícias na área das ciências;
2.Fico chocada com notícias estúpidas ou por demais óbvias;
3.Mortes, mortes everywhere!

Desta vez fiquei parva ao aperceber-me quão estúpido este país é. Li uma notícia cujo nome é “Escolas de condução em protesto” publicada no dia 2 de Julho de 2014 em http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=4003749. Esta notícia fala de um protesto que as escolas de condução fizeram neste dia e focavam-se especialmente no preço da carta e da criação de um preço mínimo para este serviço de ensino, a suspensão dos cursos para instrutores devido à saturação destes e à defensão que o IVA no sector deveria baixar.

Aposto que muitos de vocês não sabem mas o IVA aplicado para o ensino e obtenção da carta de condução é de 23%. E vocês dizem “E então? Qual é o dilema? Há muitos produtos e serviços por aí com 23% de IVA!”. Bem, a minha resposta a essa vossa constatação não podia ser mais óbvia. Sim é verdade, há muita coisa por aí com 23% de IVA e, se pensarmos bem, tirar a carta não é essencial nem fundamental para a nossa vida. Têm toda a razão! Podemos usar o comboio, autocarro, bicicleta, triciclo e até o metro (que o Barbas já referiu ser um transporte público bastante radical e com “aquecimento interno”).

O problema aqui é o resto da notícia, em que há uma comparação do IVA praticado no ensino do surf ou da equitação, que é de apenas 6%. Vejamos, para andar de carro que é uma coisa que NUNCA precisamos levamos com 23% de IVA e, para algo essencial como fazer surf no mar ou sentar o rabo num cavalo que fazemos TODOS OS DIAS DO RESTO DA NOSSA VIDA, toma lá 6% de IVA. A vida é boa e está tudo certo! O que precisamos mais é mais acessível do que o que é tomado como um desporto ou hobbie

Mas, esperam lá! Quantos de vocês precisam de andar de cavalo ou numa prancha de surf diariamente para ir para os vossos trabalhos? Ups! Costumam usar um carro? Então significa que todos nós pagamos mais por um ensino (com o qual sobrevivemos ser) mais necessário do que quem pratica estes desportos/hobbies/coisas de meninos ricos. AHHH já percebi! No ensino da condução são praticados os 23% de IVA porque podemos querer que a Fórmula 1 seja o nosso hobbie de eleição!

Não sei quanto a vocês, mas eu vou pedir o dinheiro da carta de condução de volta, vou ter aulas de equitação e de surf para depois comprar um cavalo e uma prancha e começar a ir desta forma para a faculdade. Se virem alguém no IC19 no sentido de Lisboa a cavalo, ou numa prancha de surf, sou eu! Há que aproveitar o IVA ser baixo nestes sectores de ensino essenciais e explorar estes meios de transporte ao máximo.

Com isto não digo que o IVA no ensino da condução devesse diminuir, tornando-o banal, pois não é um bem necessário embora seja uma mais valia no nosso futuro, ao contrário de aulas de surf e equitação que em principio não serão uma mais valia no nosso futuro e, embora sejam desporto, são um luxo porque desporto pode ser feito indo correr para a rua. Sendo os dois um luxo que conseguimos viver sem, porque não terem ambos 23%? Se formos a ver ginásios são desporto, equitação e surf são desporto, e enquanto o ginásio tem 23% de IVA os outros dois têm 6% de IVA. Para não variar há incoerência por parte dos nossos governantes.


Jovens, sejam inteligentes e “tirem a carta” de cavalo ou de uma prancha de surf porque a vida está cara e, aparentemente, surf e equitação são mais importantes que saber conduzir um carro.


Decadência televisiva

Televisão,

Boa tarde a todos,

O post que todos esperavam, há muito tempo, acabou de sair. Hoje vou falar da televisão portuguesa. “Sempre polémico este Barbas!” Eu sei, e não há nada mais polémico que a novelação e velherização da televisão nacional. E sei também que corro perigo de vida por falar destes assuntos, mas não se preocupem a minha teimosia e determinação é tal, que sou capaz de cortar diamantes com os abdominais. Não vou falar de canais televisivos, pois não quero deixar essas instituições tristes e a pensar que eu não gosto delas (Coitadinhas das princesas!), visto que cada programa é feito a pensar em mim e na minha felicidade. Mas, como qualquer relação, esta ligação amorosa tinha de se romper algum dia.

Aposto que muitos de vocês ainda se lembram da época em que: 

1. De manhã davam cartoons e séries infantis (ex: Power Rangers);

2. À tarde davam cartoons (durante a semana), uma ou outra novela (durante a semana, depois das noticias), pequenos programas de velhas (durante a semana e eram curtos), séries estrangeiras, programas para rir (ex: Alguns com a Marina Mota, ainda se lembram dela?) e ainda passavam filmes (durante o fim de semana);

3. A noite era espaço de uma novela (às vezes duas), programas para rir (ex: Malucos do Riso, Camilo, Batanetes), filmes;

Alguns, mais jovens que eu, não devem saber do que estou a falar, provavelmente devem achar que sou louco ou que sou um ganda cota. Calma pessoal, eu tenho apenas 23 anos (quase 24), não sou assim tão velho quanto isso. Mas sim, houve um tempo onde a programação dos 4 canais tinha qualidade e abrangia uma larga variedade de faixas etárias. Quem se lembra do “Walker, o Ranger do Texas”? “Knight Rider”? Estou a falar chinês? Perguntem aos vossos pais. Antigamente, ter os 4 canais era o suficiente para ter um dia bem passado em casa, sendo que ter mais canais já era considerado um luxo. Pessoalmente, cresci a ver os Power Rangers, aqueles onde o Ranger verde era um “badass” fortíssimo e não apenas mais um; ou o Dragon Ball, onde um miúdo dava um excerto de porrada a tipos com o triplo da idade (pequena curiosidade, não sei se já repararam, mas o Goku nunca venceu o seu mestre, a Tartaruga Genial). Posso dizer que tenho muitas boas memórias de serões bem passados a ver os 4 canais portugueses.

Atualmente, os programas são:


  1. Das 6 ou 7 da manhã até as 10h - notícias;
  2. Das 10 às 13h - programas para velhas e donas de casa, a falar de moda, comida, quem anda a “comer” quem, mortes;
  3. Das 13 às 14h, mais notícias – política, política, política, futebol, Ronaldo, política
  4. Das 14 às 20h – novelas ou programas para velhos ou donas de casa (sim, mais) 
  5. Das 20h às 21 ou 21h30 - noticias sobre os mesmos assuntos

6. O resto da noite – novelas, novelas, novelas, series e filmes a horas que só os morcegos ou vampiros estão acordados, programas musicais iguais entre si (piada, num país onde a música mais popular é a musica pimba, o rap “di street” e o Kizomba prevalecem), programas de louvor ao degredo (badalhocas, dushbags e sexo)

A televisão sofre evolução para melhor, obviamente. Se quiserem ver atos de sexo ou ouvir conversas de sexo, não precisam de gastar dinheiro nos famosos canais XXX, metam no Big Brother, Casa dos Segredos ou num determinado Você na TV. Qualquer dúvida quanto a posições sexuais ou maneiras de melhorar a sua vida sexual estes programas esclarecem na hora. É engraçado que sempre que passo pelo programa da Casa dos Segredos (tenho um comando oldfashion), vejo tipos musculados e gajas no cio a sentirem “sentimentos” e a praticara à pancada entre eles, como se tivesse aberto a época de reprodução. 

Preciso de falar da música pimba dos velhos? Acho que com letras como “Bonito bonito são os tomates a bater no pito” ou “ eu levo no pacote prá gosto do meu amor” não precisão de explicação: o ridículo que é estar sentado ao pé de filhos/netos ou pais a ouvir e a dançar isto. Os portugueses têm uma estranha fixação com o sexo e com a verbalização de atos sexuais, mas isto será assunto para outro post.

Eu vou enumerar possíveis razões para esta decadência:


  1. População envelhecida, o Passos anda a exportar jovens, portanto com cada vez menos gente nova a ver televisão, tem que se pescar a outros rios; 
  2. Miúdos que em vez de estudarem para terem futuro, passam a vida na rua a fumar charros e a procura de gajos (as) para a prática do coito (outra vez a obsessão pelo sexo);
  3. A nova moda que diz “a vida é para viver ao máximo porque podemos morrer a qualquer momento”. Se passam o dia todo fora de casa na dita “curtição”, obviamente que não vêm televisão;
  4. Dinheiro e dinheiro, aqueles concursos das chamadas do 60 cêntimos mais IVA dá muito dinheirinho e, entretanto, toca a espetar 15 minutos de intervalos para venderem porcaria. Lembram-se de antigamente passarem muitas publicidades de brinquedos? Diminuiu muito a quantidade ao longo dos anos não foi?;
  5. Assistências, com os velhotes e as donas de casa sempre com olhos na televisão a ver programas interessantes como a “Casa dos Segredos” (também falarei disto noutro post), os views de cada canal sobem a pique; 
  6. Crise, com os portugueses a trabalharem 8 horas todos os dias, que tempo tem eles para ver televisão?; 
  7. Internet, dá para ver muita coisa pela internet, o que claro causa também problemas;


A televisão hoje em dia é feita para atrair atenção dos reformados e dos donos de casa, pois são os que passam mais tempo entre 4 paredes.

A nossa televisão tem sofrido um processo de generalização, ou seja, em vez de apostarmos em novas ideias, que possam chamar atenção de um grupo mais vasto de pessoas, optamos por lançar toneladas de novelas (todas iguais), falar exaustivamente de futebol, prelecionar opiniões politicas e copiar reality shows estrangeiros. E, mesmo assim, as escolhas deste último recaem sobre programas ridículos, onde há a hipervalorização de ”machos alfas” e de “fêmeas excitadas”, uma espécie de National Geographic humana. Tem piada, para um povo de muita alegria e simpatia, os programas de comédia passam apenas por um membro isolado dos Gato Fedorento – Ricardo Sobrevalorizado Araújo Pereira -, o canal Q (pago) e o Cinco para a Meia-noite que dá a horas indecentes. Para um país a passar um mal bocado deveria haver programas de comédia, que, já agora, ajudam a desenvolver o intelecto, mas isso já são pormenores sem importância. 

Sem uma televisão de qualidade não a há formação de bons cidadãos, com imaginação, alegria e com capacidade de debaterem diferentes assuntos. Já agora, chega de notícias do Ronaldo, chega! Ele, em título, é considerado o “Melhor Jogador do Mundo”, não é “Deus” ou “Buda”, portanto acalmem o orgulho português. Para terminar, é engraçado naqueles concursos de chamada, o dinheiro sair quase sempre para a zona norte ou o montante limite sair sempre no último dia.



Televisão,