Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!
Muitos reconhecem este poema da famosa obra de Fernando Pessoa, a Mensagem publicado em 1934. Será Pessoa um Nostradamus português? Recentemente, conclui a leitura desta obra e fiquei estupefacto com o quão Portugal de Pessoa se assemelha a Portugal de Barbas. O Barbas é um orgulhoso português, filho de D. Afonso Henriques (como toda a nação), que se entristece pela degradação, tristeza e submissão deste país conquistador. Tal como Pessoa esperava pela salvação eterna de Portugal, o Barbas também o espera.
D. SEBASTIÃO (Terceira Parte - O Encoberto)
Sperae! Cahi no areal e na hora adversa
Que Deus concede aos seu
Para o intervallo em que esteja a alma immersa
Em sonhos que são Deus.
Que importa o areal e a morte e a desventura
Se com Deus me guardei?
É O que eu me sonhei que eterno dura,
É Esse que regressarei.
Que Deus concede aos seu
Para o intervallo em que esteja a alma immersa
Em sonhos que são Deus.
Que importa o areal e a morte e a desventura
Se com Deus me guardei?
É O que eu me sonhei que eterno dura,
É Esse que regressarei.
Deixo-vos com os versos que mais me marcaram no meu tempo de Liceu:
"Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?"
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