domingo, 5 de janeiro de 2014

Liberdade ou Ilusão

 
Boa Tarde a todos! 

  Bem, hoje decidi escrever sobre um assunto mais filosófico e que, muitas vezes, me faz pensar: Somos totalmente livres?

  Para mim a liberdade não é tanto o ato físico de não estar preso a algo, mas mais uma sensação psicológica. Se mentalmente estás encarcerado a algo, será que, de fato, és puramente livre ou a tua liberdade é uma ilusão? É verdade que o conceito de liberdade é muito subjetivo e, se algum filósofo estiver a ler este post, diria que a minha ideia de liberdade não tem fundamento ou é pouco usual, mas pensem comigo: a filosofia é uma ciência exata ou é algo mais intuitivo? Pois bem, não me atrevo a considerar-me um filósofo, já que a minha formação não me permite tal distinção; considero-me antes um pensador e gostaria que pensassem comigo.

Como normalmente é o vosso dia-a-dia?: 
1. Tarefas (sejam elas quais forem)
2. Socialização
3. Responsabilidades
4. Dependência


  No vosso dia-a-dia, será que se sentem completamente livres psicologicamente? Não têm nada que fazer? Não há ninguém que necessita de vocês? Não têm nada para entregar em algum prazo? Já compraram o que tinham a comprar? Já venderam o que queriam vender? Muita coisa, certo? 


  Pensem então agora comigo: neste tempo todo, quantos momentos tiveram em que não pensaram em nada ou sentiram uma felicidade interior, onde o exterior não existia, só vocês e a natureza?


  Uma pergunta difícil?! Bem, a nossa espécie, Homo sapiens sapiens, vive em comunidade, o que quer dizer que precisamos uns dos outros para sobreviver às alterações do nosso ambiente. “Mas espera, nós temos casas, máquinas, somos autossustentáveis e capazes de sobreviver isoladamente na natureza, não estamos dependentes de ninguém.” Verdade! Isoladamente, somos capazes de sobreviver, mas a nossa espécie não, o que nos traz então aos nossos genes (não me vou focar muito nisto). Estes blocos de vida contêm toda a nossa informação evolutiva e fazem-nos ser o que realmente somos. Pensemos, então, nos nossos antepassados que viviam em comunidade, que juntos criaram o nosso mundo e que nos deram uma liberdade total da natureza (quanto a sua instabilidade) e uma superioridade perante predadores muito temidos. 


  “Portanto, somos livres!” - Não exatamente, pois, apesar de toda a evolução, muita da ancestralidade ainda está ativa em nós. Funcionamos como formigas, ativamente a trabalhar em cidades, criamos os nossos filhos com o objetivo de eles serem melhores que nós ou para ajudarem o que nos está próximo porque, quer sejamos kantianos ou consequencialistas, faremos sempre o que no nosso íntimo achamos correto: é essa a nossa função. Atenção: Quem pensar que eu defendo a ideia do gene egoísta de Dawkins, engane-se!, não acredito em elementos superiores ou génios malignos de Descartes, só na razão e funcionalidade. 


  Onde quero chegar com este discurso? Bom, o fato é que, no meu dia-a-dia, nunca me sinto 100% livre, existe sempre alguma coisa que tenho que fazer, há sempre alguém que está dependente de mim ou eu dependente de alguém; o pensamento que flui não é puro, não é sincero, é manchado e egoísta. O momento em que sentes que não estás onde estás, onde pensas ideias claras e onde a tua apreciação da natureza é máxima e bela, muitas das vezes surge fragmentado, curto ou ausente.


  Creio que, a liberdade psicológica, foi algo que decresceu com a evolução: será consequência ou pormenor? Interpretem como o desejarem. Uma vez, ouvi alguém dizer “nunca daria 1 minuto da minha liberdade por milhões de euros”. - Mas é só um minuto, é rápido não é? E então, a nossa felicidade interior? E se naquele minuto sentisses toda a pureza da liberdade no teu interior? Há quem possa pensar: “não estarás a confundir liberdade com felicidade?” - Eu respondo: talvez, mas será que consegues ser feliz sentindo-te acorrentado?

 

  Creio que, para sermos livres, temos de nos sentir livres, porque nós somos os nossos piores inimigos: aceitamos a nossa infelicidade em detrimento da felicidade do próximo, mesmo que isso nos obrigue a sentirmo-nos enclausurados ou dependentes. Isto, para mim, é acima do ridículo, pois todos somos únicos e merecedores do que mais belo temos e sentimos, por isso, procurem a vossa liberdade psicológica e a vossa felicidade.



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